Andando pelas
ruas, ouvindo meus pensamentos vejo que não sei por que não nos bastamos a nós
mesmos.
Estamos sempre à
procura de quem nos complete sem ao menos saber o que nos leva a essa procura.
Será que não podemos
enxergar a beleza do mundo que existe ao nosso redor sem querer ter uma mão
para segurar caminhando a nosso lado?
Não podemos
evoluir sem amarras emocionais ou egoísmos aparentes, temos que ter em outro
ser a desculpa perfeita para todos os nossos erros?
Quero apenas ser
eu mesma, com todos meus defeitos, minhas qualidades, meus sonhos, minhas
derrotas, minhas conquistas, quero ter alguém ao meu lado apenas para embelezar
minha jornada não para ser minha muleta.
Quero acordar
sentindo o sol em meu rosto e ter a certeza que aquele calor que me aquece
bastará para deixar meu dia perfeito.
Quero acreditar
que gentileza, inteligência, simpatia são sentimentos benquistos num mundo onde
os valores andam se perdendo para músicas depreciativas, onde a poesia virou
sinônimo de brega, onde o egoísmo é visto como normal, onde cada um não enxerga
quem está ao seu lado fechado no mundo da tecnologia da informação que não tem
mais a magia da troca de olhares, do friozinho da barriga, do ouvir a voz que
arrepia a nuca, a tecnologia aliada de um lado que mal usada vira tecnologia
alienada do que nos envolve, dos que nos cerca.
Seres humanos
complicados, perdidos, carentes, vazios em seu verdadeiro interior, por medo de
assumir suas falhas, seus fracassos, suas neuroses, por medo de dizer que choram
que amam que sofrem que sentem falta de colo, de abraço, até mesmo de levarem
broncas, de serem simplesmente humanos com espaços a serem descobertos por si
mesmo, que assumam que estamos em um estágio de aperfeiçoamento onde temos que
aprender a lidar com nosso pior medo: o fracasso de bastarmos a nós mesmo como
pessoa.
São Paulo, 20 de Abril de 2014.
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