DESESPERO

E de repente a idade chega e vai te limitando... e você percebe que a mente está jovem mas o corpo não quer ter a mesma jovialidade e então seu mundo seguro se desfaz...aos poucos seu sorriso é só por fora, a sua dor é tão grande que sua alma chora...e o pior é que as pessoas a sua volta nem notam...acreditam que você só quer chamar a atenção e não percebem que sua alegria não é mais a mesma, que sua vitalidade já não é mais presente...abandonam sem ao menos notar o quanto você precisa de carinho e incentivo para continuar lutando, para não entregar seu corpo...enquanto isso sua mente continua ativa, querendo novos horizontes mesmo sabendo que daqui a pouco o que restará serão só as doces recordações das pequenas realizações de uma vida,  e de repente você percebe que foi novamente abandonada por quem mais amava e vê que o processo sempre se repete, o abandono, a luta pela sobrevivência, o cansaço e os porquês sem resposta de toda uma vida...nessa hora me pergunto até quando serei testada, até quando conseguirei sorrir quando minha vontade é apenas um colo para deitar minha cabeça e chorar, chorar pela falta da mãe e pai que me abandonaram, pelo amor que me feriu ao duvidar da pureza do meu coração e até dos filhos que acham que sou forte o suficiente e que existem pessoas que eles precisam proteger e amar mais do que eu...a pior cegueira é não querer enxergar a nossa própria fragilidade, é não sentir que tudo tem um alto preço e que nem sempre estamos aptos a pagar sem que um pedaço de nós se parta ou morra lentamente.

São Paulo, 18 de outubro de 2015.

Vida e morte

Morro um pedacinho a cada dia longe de você mas, isso não importa quando se tem que reaprender a amar, quando se tem que sorrir para sobreviver, quando outras pessoas dependem da sua força para ir além, então isso estou eu aprendendo a disfarçar minhas emoções para que as pessoas a minha volta sejam felizes enquanto eu já colei tantas vezes meu coração que não há mais esperanças.

Agora é levantar a cabeça e aprender a sobreviver sem o amor na minha vida mas, jamais admitir quem o matou ou que é possível ser feliz sem ele, porque a vida sem amor é uma existência dolorosa e vazia que espero que quem eu amo não precise descobrir nunca essa parte sombria da renúncia pelo verdadeiro amor.

São Paulo, 12 de outubro de 2015.

MEUS ERROS

Aqui estou eu a meditar sobre a minha vida e o que fiz dela...Onde será que errei, o que poderia ter feito de diferente para alcançar resultados mais eloquentes.

Tantas pessoas passaram por ela e se foram deixando lembranças, sorrisos, tristezas, cicatrizes...

Quantas vezes estendi a mão a quem não merecia e deixei partir quem podia me trazer alegria...

E agora a única coisa que desejo é a sinceridade do momento, é acalentar os sentimentos...

E me sentir humana novamente e poder seguir minha caminhada com alguém que consiga ser presente...

E enterrar o passado e o presente até ontem e fazer uma nova jornada a partir do agora...

Sendo nesse novo caminho apenas a menina mulher que necessita de carinho...que a guerreira adormeça por um longo período até que seja lembrada que como mulher tenho o direito a ser frágil, doce, rebelde, livre para correr atrás dos meus sonhos, que vejam que posso ter doçura no olhar, amor transbordando no coração e uma história de superação...

São Paulo, 12 de outubro de 2015.