MENTE FAMINTA

Não me julgue pelos meus atos insanos, sou mais do que a sua mente pequena pode absorver.

Sou livre como um cavalo alado que cavalga pelo céu límpido e azul da mais louca imaginação, sou a luz que ilumina os cérebros geniais de quem não rotula o desconhecido, sou fonte de energia que transmuta a cada raiar do dia.

Sou aquilo que não se enxerga a olho nu, sou a loucura dos corações puros, sou a esperança dos que não desistem e seguem adiante mesmo com o coração em pedacinhos.

Sou a magia de cada recomeço, de cada lágrima vertida pela maldade alheia, sou aquela que se importa, se dedica se desmancha, e que continua mesmo que os pés estejam sangrando.

Sou a mente aberta a todos os erros cometidos, sou a que apóia os desejos mais dementes da insanidade, sou a que abraça o mundo para trazer flores para você, sou sua alma gêmea ao entardecer.

São Paulo, 26 de dezembro de 2015.

AMOR BANIDO

 Mais um ano está chegando ao fim e esse marcou o nosso fim, te reencontrei apenas para saber que ti perdi, e que meu coração se fechou de vez para a magia do amor...

Tantos planos que jamais acontecerão, teu sorriso que não verei de novo, seu jeito menino que me cativou sem ao menos perceber, a vida tem dessas coisas, você encontra a pessoa que seu coração esperou a vida inteira e de repente ela descobre que não é você que ela quer ao seu lado para crescer, envelhecer e construir uma história e perante isso, sua única alternativa é plantar um sorriso nos lábios que não chega ao coração e seguir em frente sabendo que o amor tem dessas coisas, às vezes nossa jornada tem que ser solitária, apenas com lembranças de momentos roubados de felicidade que iria aquecer nossa mente quando tudo estiver perdido dentro de nós.

São nessas horas que pensamos onde errei o que fiz para acontecer isso, porque a minha transparência e honestidade fere as pessoas, porque as pessoas costumam rotular o que não entendem, julgam sentimentos alheios como se tivessem a pureza de uma criança ou a sabedoria de um ancião, esquecem dos seus erros, da sua pobreza de espírito, das vezes que também decepcionaram quem tinha orgulho deles ou se espelhavam neles.

O amor liberta mais também aprisiona quando amamos demais, perdoamos demais, ficamos cegos demais, a razão nem sempre pode ser posta de lado porque isso causa dores imensuráveis quando a alma é generosa e desconhece o ardil da mente humana.

São Paulo, 26 de dezembro de 2015.

DESESPERO

E de repente a idade chega e vai te limitando... e você percebe que a mente está jovem mas o corpo não quer ter a mesma jovialidade e então seu mundo seguro se desfaz...aos poucos seu sorriso é só por fora, a sua dor é tão grande que sua alma chora...e o pior é que as pessoas a sua volta nem notam...acreditam que você só quer chamar a atenção e não percebem que sua alegria não é mais a mesma, que sua vitalidade já não é mais presente...abandonam sem ao menos notar o quanto você precisa de carinho e incentivo para continuar lutando, para não entregar seu corpo...enquanto isso sua mente continua ativa, querendo novos horizontes mesmo sabendo que daqui a pouco o que restará serão só as doces recordações das pequenas realizações de uma vida,  e de repente você percebe que foi novamente abandonada por quem mais amava e vê que o processo sempre se repete, o abandono, a luta pela sobrevivência, o cansaço e os porquês sem resposta de toda uma vida...nessa hora me pergunto até quando serei testada, até quando conseguirei sorrir quando minha vontade é apenas um colo para deitar minha cabeça e chorar, chorar pela falta da mãe e pai que me abandonaram, pelo amor que me feriu ao duvidar da pureza do meu coração e até dos filhos que acham que sou forte o suficiente e que existem pessoas que eles precisam proteger e amar mais do que eu...a pior cegueira é não querer enxergar a nossa própria fragilidade, é não sentir que tudo tem um alto preço e que nem sempre estamos aptos a pagar sem que um pedaço de nós se parta ou morra lentamente.

São Paulo, 18 de outubro de 2015.

Vida e morte

Morro um pedacinho a cada dia longe de você mas, isso não importa quando se tem que reaprender a amar, quando se tem que sorrir para sobreviver, quando outras pessoas dependem da sua força para ir além, então isso estou eu aprendendo a disfarçar minhas emoções para que as pessoas a minha volta sejam felizes enquanto eu já colei tantas vezes meu coração que não há mais esperanças.

Agora é levantar a cabeça e aprender a sobreviver sem o amor na minha vida mas, jamais admitir quem o matou ou que é possível ser feliz sem ele, porque a vida sem amor é uma existência dolorosa e vazia que espero que quem eu amo não precise descobrir nunca essa parte sombria da renúncia pelo verdadeiro amor.

São Paulo, 12 de outubro de 2015.

MEUS ERROS

Aqui estou eu a meditar sobre a minha vida e o que fiz dela...Onde será que errei, o que poderia ter feito de diferente para alcançar resultados mais eloquentes.

Tantas pessoas passaram por ela e se foram deixando lembranças, sorrisos, tristezas, cicatrizes...

Quantas vezes estendi a mão a quem não merecia e deixei partir quem podia me trazer alegria...

E agora a única coisa que desejo é a sinceridade do momento, é acalentar os sentimentos...

E me sentir humana novamente e poder seguir minha caminhada com alguém que consiga ser presente...

E enterrar o passado e o presente até ontem e fazer uma nova jornada a partir do agora...

Sendo nesse novo caminho apenas a menina mulher que necessita de carinho...que a guerreira adormeça por um longo período até que seja lembrada que como mulher tenho o direito a ser frágil, doce, rebelde, livre para correr atrás dos meus sonhos, que vejam que posso ter doçura no olhar, amor transbordando no coração e uma história de superação...

São Paulo, 12 de outubro de 2015.

DESEJO

Deixe-me te amar, sentir teu gosto, deliciar-me nas curvas do teu corpo, sorrir seu sorriso, entregar-me ao momento de luxúria de ser tua ao menos uma vez.

Faça aflorar meu lado devassa, o que sente, reage aos sentidos mais primitivos e somente depois para e reflete, aquele que se entrega ao prazer, as fantasias mais perversas, que apenas o pensamento permite, e deixe vagar pelas loucuras contidas dentro das regras absurdas da sociedade moralista de mente obscura.

Faça-me menina, mulher, quente e fria, sol e lua, mescla de prazer e dor, amor e ódio, raiva e carinho, razão e emoção, devaneios loucos que se esvaiam ao seu toque, ao seu beijo.

Me faça sentir que ainda vale a pena pertencer a esse mundo de abstinência de verdades, vontades e desejos.

 São Paulo, 08 de setembro de 2015.

GUERREIRA

Mais um dia sem sua presença em minha vida e meu coração se pergunta se você se lembra, dos beijos trocados, das promessas, do carinho que eu sempre demonstrei por você e chego à conclusão que só passei de uma aventura para seus propósitos e que morreu junto com sua velha vida.

E agora estou aqui sentada nessa sala escura lembrando o seu jeito menino que m parecia tão sincero e vejo como errei porque no fim era tudo uma farsa para te reerguer e construir uma nova vida longe de mim.

E novamente vou ter que ser forte e seguir em frente com o coração despedaçado pela sua ausência e pela falta do seu amor, mas irei sobreviver novamente porque se fui guerreira para te reerguer serei também para superar e erguer muros de proteção ao redor do meu quebrantado coração, porque sou mulher de fibra que faz dos cacos uma cobertura de sorrisos e manter a cabeça elevada pronta para a próxima batalha, pois fui feita para jamais me entregar mesmo que meu ser seja só dor e desilusão.

                                                                

São Paulo, 08 de agosto de 2015.

TOMBO

A ânsia de encontrar o amor tira o nosso juízo, o nosso discernimento e nos faz baixar a guarda.

A felicidade encontrada num momento de êxtase muitas vezes custa a nossa sanidade depois, olhamos para os lados e vemos como nos perdemos nas promessas vazias em busca da perfeição e da felicidade e, em meio às lágrimas relembro os detalhes do seu toque, do seu carinho, dos seus beijos em mim e quando o véu das lembranças cai recordo que fui só um meio para alcançar a sua satisfação momentânea e vejo que não existe a honestidade nem a transparência que eu me permito ter sempre diante da vida, para a maioria os fins justificam os meios, o que vale não é a escolha mútua e sim o prazer da carne sem consequências, sem pensar que pode estar massacrando sentimentos, levando a outra pessoa a renunciar ao amor por se sentir um objeto, uma peça num tabuleiro usada e descartada em seguida ao deslocamento.

Meu coração mais uma vez está despedaçado pela esperança, pela imprudência, pela ânsia desvairada de encontrar o grande amor.

São Paulo, 01 de agosto de 2015.

SONETO AO FIM

Lágrimas que correm num sorriso triste,

Mãos que espalmar a dor translúcida do sentimento rejeitado,

Cabelos ao vento, pensamento distante.

Andar vagaroso, sentindo a falta de algo.

Olhar que transmite a decepção,

Corpo que enverga o momento reflexivo da alma.

Pés que valsam na noite obscura,

Tormento que não tem cura.

Fracasso, que dilacera o ser.

Ilusão desfeita,

Vida sem rumo.

Morte, confusão, transtorno.

Mágoas incrustadas, cicatrizes intensas.

Rompimento de um amor profundo.

São Paulo, 04 de julho de 2015.

RECOMEÇO

Você desprezou o meu amor e agora estou partindo, para onde nem eu sei, só não suporto mais a hipótese de cruzar com seu olhar.

Vou dançar ao som da música, galgar novas fronteiras, me despir do pudor dos sentimentos, me entregar ao prazer momentâneo, qualquer coisa para manter a mente ocupada para não pensar nos cacos que trago no peito.

Vou caminhar sentindo o sol em minha face, imaginando um novo recomeço, onde você nunca existiu, onde não houve promessas rompidas, mágoas guardadas, apenas o calor de amizades sinceras e gostar desinteressado.

Vou me dedicar às flores, a música, a poesia, as sentimentos altruístas, as crianças na forma mais pura do amor e que o amor venha na próxima reencarnação, onde usarei o livre arbítrio para deixar você apenas cruzar meu caminho e nunca entrar em minha vida.

Vou apenas amar fraternalmente esquecendo o amor carnal, que nos consome, nos machuca e nos faz sermos pequenos pelo egoísmo, pela maldade, pela soberba daquele que não sabe apenas dizer que acabou, mas que precisa ser melhor, faltando com o respeito ao expor seus motivos, ou que se orgulha em pisar no outro por ser achar superior.

Quero apenas cumprir minha missão nessa vida para poder voltar e ter novos aprendizados e quem sabe no futuro encontrar minha alma gêmea em outra dimensão sem o véu do esquecimento para entender o porquê de ter sido tantas vezes rejeitadas, pelo amor maternal, pelo amor marital, pelo amor consensual.

São Paulo, 04 de Julho de 2015.