Revelação

É inverno no meu coração,
Caíram todas as flores em plena primavera,
 A tua ausência devastou a minha alegria
 E acabou com a rima das poesias.
O que levou a essa decisão tão brusca?
O que fiz para causar esse impacto negativo?
A minha sinceridade é tão forte que assusta?
A curiosidade de entender a sua psique ou a hipótese de descobrir as suas falhas levaram você para longe de mim.
Enxerguei que sinto a sua falta e muito, mas,
O mundo continua a girar, as pessoas continuam a sorrir,
E eu continuarei a minha busca pela verdade, pela liberdade.
Procurarei nas esquinas o sorriso singelo da criança,
As lágrimas triste do adulto de coração partido,
A saudade dos tempos de outrora do idoso,
A inocência do saber tudo do adolescente.
E redescobrirei a alegria nas pequenas coisas, nos pequenos momentos,
Nas amizades solidárias, nas brincadeiras espontâneas.
E quando estiver solitária recordarei das nossas conversas,
Da fluidez dos assuntos variados,
Da voz aveludada de quem canta a magia existente nas letras,
Da cultura adquirida pelo prazer da leitura, pela troca de sonhos,
 Pelas confidências feitas em tom de desculpas,
 E mais uma vez sobreviverei a essa época até a hora de dizer adeus.
E partirei lembrando com carinho de alguém especial,
Que criou momentos de conforto na parte sombria da minha existência,
Que não queria aceitar que nem tudo podia ser igual aos nossos desejos,
Que a elevação espiritual requer sacrifícios incoerentes,
Que só farão sentidos quando estivermos numa dimensão superior,
Olhando tudo que já vivemos e agradecerei aos céus por nossos destinos terem se cruzados,
E por ter doado o seu tempo a me fazer uma pessoa melhor.