Bom dia meus leitores amigos, para quem não me conhece e não
sabe nada da minha estória vou contar um pouco a cada dia que me sentir
inspirada a fazê-lo.
Apaixonei-me por livros e pela escrita muito cedo, tive uma
educação rígida, daquelas que nos fins de semana não podia sair então, uma
forma de conhecer o mundo e coisas diferentes era através dos livros, e assim
permanece até hoje a minha paixão por eles.
Com o passar dos anos, na minha separação, já formada em
tecnologia, resolvi fazer uma faculdade de letras, mesmo sendo péssima em
inglês, para poder aprender mais sobre o assunto que sempre me fascinou e assim
quem sabe, melhorar um pouco a minha escrita e meu vocabulário.
O livro que considero o marco foi “Olhai os lírios do Campo”
de Érico Veríssimo, que depois fiz questão de comprar a edição de capa dura e
bordas douradas que na época era vendido pelo círculo do livro.
É um romance urbano e
narra à história de Eugênio, um rapaz de origem humilde que sente vergonha de
sua família por ser pobre, mas mesmo com muito esforço dá ao rapaz a
oportunidade de estudar em ótimos colégios, levando o jovem a formar-se em
Medicina.
No dia de sua
formatura, conhece Olívia, uma jovem simples, de extrema sensibilidade,
bom-senso, equilíbrio e de um excelente coração que se aproxima de Eugênio e
torna-se para ele um porto seguro em seus conflitos e juntos vão trabalhar no
Hospital do Coração.
Olívia tenta
mostrar a Eugênio que a felicidade não depende do dinheiro ou do sucesso, mas
da paz que advém da boa consciência, de fazer as coisas certas e de servir o
próximo.
Os jovens se
envolvem amorosamente, mas Eugênio nunca a assume verdadeiramente.
Olívia vai
trabalhar numa cidade do interior, e depois da partida da moça, Eugênio noiva
com Eunice, uma jovem rica filha de um empresário, apenas por interesse e
casa-se com ela.
A história é
dividida em duas partes, sendo a primeira narrada em estilo flashback, onde as
memórias de Eugênio vêm à tona durante uma viagem que ele faz de uma
cidadezinha no interior até Porto Alegre.
Eugênio vai à
Porto Alegre a pedido de Olívia que está doente em um hospital. Neste caminho,
lembra-se dos dias de casamento infeliz com Eunice, como agora trabalha para o
sogro e não dedicava-se mais à Medicina. E sobretudo, lembra-se da filha que
tivera com Olívia, Anamaria, que estava sendo criada pela mãe desde que esta
fora embora de Porto Alegre. Ao chegar ao hospital, Olívia morre e Eugênio
decide abandonar Eunice e dedicar-se à criação de Anamaria.
Ele volta a
ser médico, trabalhando com os pobres junto com o Dr. Seixas, e em meio a esta
mudança de Eugênio, ele encontra verdadeiramente a paz interior.
O título da
obra é retirado do Sermão da Montanha, onde Cristo fala aos seus apóstolos, em
uma analogia, que a verdadeira felicidade está em cuidarmos das coisas simples
e não nos preocuparmos com as coisas complexas.
Nas palavras
de Olívia: “Estive pensando muito na fúria com que os homens se atiram à caça
do dinheiro”. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da
incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e
sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para
criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas
humanas para morar neles?
Quero que
abras os olhos, Eugênio, que acordes enquanto é tempo. Peço-te que pegues
a minha Bíblia que está na estante de livros, perto do rádio, leias apenas o
Sermão da Montanha. Não te será difícil achar, pois a página está marcada
com urna tira de papel. Os homens deviam ler e meditar esse trecho,
principalmente no ponto em que Jesus nos fala dos lírios do campo, que não
trabalham nem fiam, e, no entanto nem Salomão em toda a sua glória jamais se
vestiu como um deles.
Está claro
que não devemos tomar as parábolas de Cristo ao pé da letra e
ficar deitados à espera de que tudo nos caia do céu. É indispensável
trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem
beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas
construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver
deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves
do céu.”.
O autor
mostra os processos de transformação de Eugênio: da condição de indivíduo
guiado mais pela expectativa dos outros do que por si mesmo, para a condição de
indivíduo autônomo e consciente de si, sujeito de suas próprias decisões.
https://www.infoescola.com/livros/olhai-os-lirios-do-campo/
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