Destravo as portas do coração e deixo me envolver pela sua
dedicação, paro, penso, e me recrimino por ser tão descrente de que possa
realmente ter chamado sua atenção, por um instante minha mente vagueia e
imagina como seria estar contigo, sentir seu toque, a textura da sua pele, o
calor do seu beijo e coloco o receio no bolso e começo a viver a fantasia de
ser sua e ter você.
Então como numa nuvem de fumaça num dia sombrio você
simplesmente evapora, sem despedidas, sem explicações e me deixa sem sequer
suspeitar o motivo da mudança brusca, do encanto desfeito, do sorriso que foi
embora contigo.
Paro, penso e me recrimino novamente por ter sido tola mais
uma vez e construído castelos de areia como uma adolescente pura e fantasiosa que
viu um cavaleiro numa armadura brilhante num cavalo alado branco com olhos
apaixonantes que enfeitiçou meus pensamentos com todo seu encanto e agora só me
resta segui em frente e deixar a pureza do meu coração trancada novamente pois
nesse mundo não me resta mais seres encantados, amores perfeitos, criaturas
mágicas, seres castos e sim amores interesseiros, criaturas soberbas e um mundo
desfeito.
São Paulo, 26 de
janeiro de 2016.